Quais tipos de imóveis de temporada podem se sair melhor ao longo e após a pandemia?

Você já parou para pensar como a pandemia de Covid-19 afetou especialmente as grandes cidades do mundo? De Wuhan, na China, passando por Milão, na Itália, chegando à Nova Iorque, nos Estados Unidos e, depois, em São Paulo, o novo coronavírus demonstrou uma capacidade de disseminação enorme nas megalópoles. Nesse sentido, é possível pensar que as acomodações anunciadas nesses lugares estão sendo mais afetadas pelos cancelamentos de reservas, certo? Sim, mas é preciso ir além na análise. Em um mercado tão diversificado quanto o nosso, diferentes tipos de imóveis de temporada são impactados de maneiras distintas. 

Além da localização, o estilo de cada acomodação também influencia na performance em um momento adverso como este que vivemos. É claro que em localidades remotas, onde a circulação de pessoas é menor, há chances de haver mais reservas no curto e médio prazo. Mas há outros fatores a serem colocados em perspectiva. 

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Diversificação do mercado de temporada

Ainda que a pandemia esteja sendo cruel para milhares de negócios, para outros tipos de imóveis de temporada houve estabilização ou até mesmo crescimento da procura. É o caso de coberturas luxuosas no centro de algumas cidades, cabanas rústicas, castelos antigos, resorts de esqui e refúgios à beira-mar. 

Foi o que revelou o AirDNA em um levantamento preliminar de dados sobre o mercado estadunidense, que acaba influenciando os demais. Veja os highlights da pesquisa da empresa que é parceira da Stays e referência em estatística sobre o segmento de temporada: 

  • O impacto da crise causada pelo coronavírus não foi uniforme nos Estados Unidos. Os estados do Sul e do litoral foram mais afetados em comparação ao Norte e Centro-Oeste. Isso acontece porque o país, assim como o Brasil, tem dimensões continentais e confere certa autonomia administrativa às regiões, que resulta em contextos locais distintos;
  • A região Norte dos Estados Unidos é menos povoada. Também possui acesso mais rápido a destinos fora do comum. Além disso, foi menos afetada até então pela Covid-19. Esses fatores podem explicar a menor vulnerabilidade para determinados tipos de imóveis de temporada nesses estados;
  • Durante as exigências de distanciamento social, o mercado rural de locação de curta duração performou melhor que o urbano nos Estados Unidos. Ao segmentar as cidades em três áreas – rural, suburbana e urbana – a categoria rural é a única que apresenta ganhos significativos em relação ao ano anterior. A tendência de fugir de centros urbanos para se dirigir a casas nos arredores das cidades também pôde ser observada em outros países, como na Espanha;

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  • No curto prazo, densidade populacional e saúde do mercado de hospedagem tem se mostrado inversamente proporcionais. Isso porque, quanto mais cheia a cidade, pior foi a performance em termos de reservas de acomodações. Segundo o AirDNA, 73% da receita do Airbnb em março foi feita fora dos grandes centros urbanos;
  • Espaços localizados em partes periféricas de grandes cidades têm se mostrado imunes à crise causada pela pandemia, como Riverhead e Westhampton Beach em relação à Nova Iorque. Então, não necessariamente os hóspedes estão indo para o interior, mas certamente estão mantendo uma distância segura dos grandes centros.
tipos de imóveis de temporada

Tipos de imóveis de temporada em vantagem no cenário atual

Com base no estudo destacado acima, pontuamos a seguir alguns insights. Levamos em consideração a localização e determinadas características. Também relacionamos com o mercado brasileiro. Confira: 

1. Periféricos: como visto anteriormente, os imóveis localizados fora dos grandes centros urbanos têm mais chances de receberem reservas atualmente. Isso quer dizer que as cidades do ABC Paulista, por exemplo, são menos vulneráveis do que a capital São Paulo; 

2. Rurais e de praia: nada melhor do que isolar-se em uma praia ou em uma fazenda, certo? Por isso, esses tipos de imóveis de temporada também seguem sendo atrativos. Se for o seu caso, pode ser estratégico segmentar a divulgação deles para determinados públicos, como de aposentados; 

3. Com check-in automático: se você não precisar estar presente para receber os hóspedes, há ainda mais chances de aumentar a taxa de ocupação neste período. Até porque, nesse caso, o distanciamento social será cumprido do início ao fim da estadia;

4. Que tenham cancelamento flexível: é urgente oferecer a possibilidade de cancelar a reserva sem tantos ônus para os seus hóspedes. Afinal, o momento é incerto em relação à possibilidade de circulação de pessoas. Os seus visitantes vão privilegiar políticas flexíveis no momento de escolher entre diferentes tipos de imóveis de temporada;

5. Com atrações de lazer embutidas: quem sai de casa em um momento pandêmico como este deseja conforto. Itens como piscina, academia ou churrasqueira, que permitem lazer sem sair de casa, devem ser destacados no anúncio dos imóveis;

6. Adequado para o home office: entre os tipos de imóveis de temporada que podem performar melhor no momento, estão aqueles onde é possível trabalhar à distância confortavelmente. É bastante provável que as empresas, principalmente de tecnologia, ainda vão adotar o trabalho remoto em larga escala por um tempo, pelo menos até que haja cura ou vacina contra a Covid-19. 

Conclusão

O momento é desafiador para boa parte dos anfitriões devido à pandemia. Mas no meio disso tudo também existem proprietários e administradores garantindo estadias que mais parecem refúgios para algumas pessoas. Esses “oásis” já vinham sendo valorizados até então, mas a Covid-19 catalisou-os como tendência, em nossa visão. 

Você está entre as pessoas sortudas que possui ou faz a gestão do aluguel de algum dos tipos de imóveis de temporada destacados neste artigo? Caso não esteja, lembre-se que há tempo para realizar determinados ajustes adequados ao novo momento, como a instalação de uma escrivaninha em determinado cômodo. 

Como disse a AirDNA, o aluguel de temporada está se tornando um plano de contingência extremamente confiável em tempos de Covid-19. Seja para profissionais que procuram um espaço de trabalho provisório, para aposentados que procuram descanso e proteção em lugares remotos ou viajantes que precisam de um plano B com urgência. 

A partir de agora, pode ser que a atividade extrapole o período de férias e seja inserida em outros momentos da vida das pessoas. Você concorda? Deixe o seu comentário ou dúvida no espaço abaixo. 

Sven dos Santos

Sven se mudou da Alemanha para o Brasil em 2004 e em 2016 fundou a Stays junto com os seus co-fundadores. Atualmente, atua como CEO na Stays e possui muita experiência no mercado imobiliário e de aluguel de temporada, e está sempre buscando ajudar outros empreendedores a crescerem no setor.

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