Por que você deve considerar atrair nômades digitais para o aluguel de temporada

Uma pesquisa recente indicou que aproximadamente 12 milhões de brasileiros trabalham atualmente em home office. São empregados, empreendedores ou profissionais freelancers que em vez de bater ponto em escritórios físicos com jornadas rígidas possuem as próprias rotinas de trabalho, que permitem a atuação a partir de casa ou de qualquer lugar no mundo graças à banda larga, computação na nuvem e aos aplicativos de comunicação. Tendo em vista que tal perfil, conhecido por nômades digitais, costuma conciliar a rotina profissional com a de viagens, esse pode ser um público estratégico para atrair em torno do aluguel de temporada.

Para além do surgimento de novas profissões possibilitadas pela internet, o trabalho remoto é uma tendência, tanto que a reforma trabalhista garantiu a regulamentação desse tipo de jornada, também conhecida por teletrabalho. Levando esse aspecto em consideração, pode-se esperar que nos próximos meses aumente ainda mais o número de nômades digitais. Em outros lugares do mundo, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, há uma série de profissionais, entre escritores, fotógrafos, marketers, designers e desenvolvedores, que também passaram a viver e trabalhar dessa forma com maior frequência nos últimos anos.

Por que atrair nômades digitais para o aluguel de temporada

Ao focar na parcela dos nômades digitais que não têm endereço fixo e, portanto, trabalha de qualquer lugar do mundo, o proprietário ou administrador de aluguel de temporada pode passar a ter uma renda recorrente a partir desse tipo de reserva. Veja abaixo os cinco principais motivos para atraí-los:

1) Reservam com antecedência

Nômades digitais precisam de tempos em tempos pesquisar e planejar com atenção o próximo destino de onde vão viver, passear e trabalhar. Geralmente, fazem isso com antecedência, inclusive as reservas das propriedades onde ficarão instalados. O que quer dizer que é possível garantir vendas com um valor por noite atrativo, já que é muito difícil que esse público deixe para pesquisar uma casa ou apartamento de última hora, quando proprietários estão sedentos por reservas e acabam baixando o valor da diária.

2) Garantem estadias de longa duração

Em geral, essas pessoas ficam de um a três meses em cada cidade. Sendo assim, os nômades digitais proporcionam estadias de longa duração (mais conhecido como slow travel), atingindo o limite de tempo de estadia do aluguel de temporada, que é de 90 dias. Em determinados momentos, como o que vamos destacar no próximo tópico, pode ser muito importante contar com o calendário fechado e não se preocupar em ficar sem hóspedes. 

3) Podem preencher o calendário na baixa temporada

Muitos proprietários ou administradores do aluguel de temporada temem a baixa temporada. Há até quem desista do negócio como um todo por ter receio desse período. Atrair nômades digitais, que buscam a baixa temporada em razão de economia de custos e menos turistas, pode ser uma excelente saída para driblar a sazonalidade. 

4) São perfis tranquilos

Por precisarem trabalhar enquanto estão hospedados, os nômades digitais são considerados tranquilos enquanto perfil de hóspedes. Não é esperado, por exemplo, que dêem festas e incomodem a vizinhança. Tampouco é de se imaginar que cuidem mal da propriedade, porque precisam de ordem no recinto para que possam conciliar atividades profissionais e turísticas.

5) Configuram um tipo de cancelamento atrativo para o proprietário

Neste tópico, vamos utilizar como exemplo as políticas de cancelamento do Airbnb, que é a plataforma mais utilizada pelos nômades digitais. Para este público, a reserva que se aplica é a de longa duração, que contempla estadias a partir de 28 noites. Se o hóspede decide cancelar uma reserva desse tipo, o primeiro mês da estadia é pago ao anfitrião integralmente, sem qualquer possibilidade de reembolso para o visitante.

Já se o nômade digital decidir cancelar a reserva durante a estadia, por ter encontrado outra propriedade mais interessante ou até por ter decidido ir embora antes da cidade, ele deve utilizar a ferramenta de alteração online para combinar uma nova data de check-out. Independentemente da data de saída escolhida, o hóspede é obrigado a pagar o anfitrião pelos 30 dias seguintes à data de cancelamento ou até a data final da reserva original caso faltem menos de 30 dias para o encerramento da reserva original. Atrativo, não é mesmo?

Utilizando essa política de cancelamento, que pode ser vir de inspiração e ser transferida do Airbnb para o seu site próprio de aluguel de temporada, não há riscos em “bloquear” por tanto tempo o calendário de reservas para os nômades digitais. Mesmo em caso de cancelamento, você será beneficiado.

O que oferecer para receber nômades digitais

Existem algumas contrapartidas para atrair – e receber recomendações positivas na internet, onde a comunidade está sempre em contato e trocando informações – de nômades digitais. Separamos as quatro mais relevantes para os hóspedes que optam por viver viajando o mundo:

1) Internet de qualidade

Antes de qualquer coisa, a primeira funcionalidade que os nômades digitais irão buscar em uma propriedade é a internet Wi-Fi de qualidade, já que trabalham tão somente por meio dela. É claro que, eventualmente, eles podem trabalhar a partir de um café próximo à sua casa ou apartamento, mas precisam ter a certeza de que, em casa, haverá conexão de qualidade para acessar um banco de dados ou imagens na nuvem, fazer teleconferências e demais atividades. Um parâmetro interessante para “qualidade” foi recentemente atribuído pelo Airbnb Plus e pode servir de exemplo, que exige pelo menos 5 Mbps de velocidade dos anfitriões destacados pelo selo.

2) Espaço confortável para usar o notebook

Não é preciso ter um escritório, por mais interessante que seja, mas pense em proporcionar um espaço convidativo ao trabalho. Isso quer dizer mesa e cadeira aconchegantes e ergonômicas com tomadas e adaptadores próximos. Os nômades digitais precisam de conforto para exercer suas atividades profissionais e, posteriormente, descansar.

3) Cozinha equipada

Próximo a esse espaço de trabalho, deve haver uma cozinha que permita o preparo de um café e também de refeições. Por passarem longos períodos em cada lugar, os nômades digitais costumam fazer a maioria das refeições nas casas ou apartamentos que reservam. Além de utensílios, pense em deixar um kit com ingredientes básicos (sal, açúcar, pimenta e azeite de oliva, por exemplo, além de algum tempero típico da região para que eles experimentem) à disposição para uso.

4) Vizinhança tranquila e funcional

Seu espaço terá ainda mais chances de atrair nômades digitais se estiver localizado em uma zona tranquila da cidade. Nômades digitais procuram espaços com poucos ruídos para que possam exercer as tarefas profissionais e de lazer com tranquilidade. Também estão atrás de propriedades localizadas onde exista mercado, farmácia e conexão por transporte público para outros locais.

Conclusão

Tailândia, Vietnã, Ucrânia, Bulgária, Colômbia, Hungria, Sérvia e Romênia são destinos comuns entre os nômades digitais. O que esses países têm em comum? Baixo custo de vida, principalmente puxado por uma moeda enfraquecida, além de infraestrutura e qualidade de vida.

O Brasil pode se adaptar a esses pré-requisitos e passar a atrair nômades digitais a partir de anfitriões e propriedades de qualidade. Você está disposto a incluir a sua cidade e espaço no roteiro de quem viaja enquanto trabalha? Deixe a sua dúvida ou comentário abaixo.