Tudo o que anfitriões precisam saber sobre coronavírus e aluguel de temporada

O primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil foi confirmado pelo Ministério da Saúde no dia 26 de fevereiro. No momento em que este artigo é escrito, em 13 de março, já são pelo menos 151 pessoas infectadas no país, além de 130 mil casos e quase 5 mil mortes no mundo

Enquanto você lê este texto, certamente o número de pacientes com a Covid-19 é ainda maior. Apesar de o surto ter iniciado na Ásia, afetando especialmente a China, a Organização da Saúde (OMS) considera a Europa o epicentro atual da doença, com a Itália como protagonista em quarentena no momento. 

A seguir, reunimos as principais informações sobre coronavírus e aluguel de temporada disponíveis atualmente para que você se proteja ao hospedar ou viajar. Veja: 

A pandemia impacta não só a saúde pública, mas a economia e a indústria de viagens também, como reporta em tempo real a Phocus Wire. Isso porque a entrada, a circulação e a saída de pessoas nos países afetados está sendo restringida para evitar a aglomeração de pessoas e a consequente disseminação do vírus. 

Turistas com viagens marcadas são orientados a checar as recomendações de viagem das autoridades locais antes de embarcar, além do status do próprio voo. Paralelamente, milhares de eventos que seriam realizados ao redor do globo estão sendo cancelados ou remarcados. Tudo isso pode forçar os visitantes a cancelar ou modificar suas reservas de hospedagem

O AirDNA, que coleta dados sobre a locação de curta duração, considera o coronavírus o responsável pela “primeira grande ameaça aos mercados de aluguel por temporada no mundo todo”. A empresa parceira da Stays publicou este relatório com dados de mais de 10 milhões de propriedades anunciadas para fornecer uma atualização em tempo real da gravidade da situação. 

O estudo revela quais são os mercados mais afetados, explica por que alguns não estão sendo prejudicados e ainda indica como os profissionais estão respondendo à crise. Veja as principais descobertas até o momento: 

  • A demanda e as receitas em Pequim, Tóquio, Milão, Roma, Seul e outras caíram ao longo do mês de fevereiro e março;
  • A maioria do mercado dos Estados Unidos permanece forte e estável;
  • Cancelamentos de eventos em Austin e Barcelona sofreram golpes esmagadores nos anfitriões;
  • Anfitriões em muitos locais estão diminuindo as tarifas disponíveis para incentivar viagens;
  • Ponto positivo: o comportamento da reserva é altamente localizado e depende do tipo de destino (lazer versus urbano, sendo este último menos suscetível à crise atual até então);
  • Aluguel de curto prazo geralmente é mais imune aos impactos da pandemia do que outras indústrias de viagens.

O que diz o governo brasileiro aos turistas sobre a pandemia

Até o momento, nenhum destino turístico do Brasil encontra-se em risco, segundo nota interministerial divulgada pelas autoridades nacionais no dia 9 de março. O documento frisa que o perigo de contaminação pelo Covid-19 é muito inferior ao de outras possíveis enfermidades durante viagens no território nacional, como a dengue e a febre amarela. 

A publicação também destaca não haver recomendação do Ministério do Turismo quanto ao cancelamento de eventos turísticos no Brasil devido ao Covid-19. Qualquer decisão relacionada será emitida pelo Ministério da Saúde, então é aconselhável acompanhar os canais oficiais do órgão, porque é bastante provável que o contexto seja alterado nos próximos dias, quando deverá começar o impacto do coronavírus no aluguel de temporada. 

Em relação à possibilidade de alteração ou cancelamento de passagens aéreas ou pacotes de viagem, o governo brasileiro indica a negociação junto à empresa responsável como a melhor saída. Nessas situações, acrescenta a nota, a relação jurídica deve se pautar pelos direitos previstos na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no Código de Defesa do Consumidor e no Código Civil.

O texto informa ainda que o processo também pode ser realizado por meio do site consumidor.gov.br, plataforma online voltada à solução de conflitos monitorada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), por Procons e agências reguladoras, entre outros órgãos públicos. Conforme o documento, o Poder Judiciário deve ser acionado em último caso, quando nenhum outro canal de diálogo funcionar.

Leia também: Designer de viagens: o que é, como e por que incluir a função no aluguel de temporada?

coronavírus aluguel de temporada

Posicionamento das OTAs em relação ao coronavírus e aluguel de temporada

As principais Online Travel Agencies (OTAs) acompanham de perto o impacto do coronavírus no aluguel por temporada, inclusive atualizando constantemente a situação. Por meio da “Política de Causas de Força Maior” para o surto do vírus, o Airbnb permite atualmente o cancelamento gratuito de reservas elegíveis. São elas: 

  • Hóspedes que viajam de ou para regiões gravemente afetadas (China continental, Itália e Coréia do Sul até então);
  • Anfitriões que hospedam em regiões gravemente afetadas ou recebem hóspedes dessas regiões;
  • Qualquer pessoa que não possa concluir sua viagem devido a restrições oficiais de viagem, deveres médicos ou de controle de doenças, cancelamentos de voo ou transporte terrestre iniciado pelo prestador de serviços devido ao Covid-19 ou casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. 

Caso uma reserva seja cancelada nessas condições por conta do reflexo do coronavírus para o aluguel de temporada, o Airbnb explica que acontecerá o seguinte:

  • O hóspede receberá um reembolso integral (incluindo eventuais taxas);
  • Os anfitriões não terão que pagar taxas de cancelamento;
  • O Airbnb reembolsará todas as taxas;
  • Os anfitriões poderão aceitar novas reservas para essas datas;
  • O status de Superhost não será afetado. 

A principal OTA do aluguel por temporada ainda garante que está atualizando a medida regularmente conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O programa “Reservas Mais Flexíveis”, um conjunto de ferramentas desenvolvidas para facilitar o cancelamento de hospedagens, também foi anunciado pelo Airbnb no dia 11 de março.

Para os anfitriões, o Airbnb promete acesso a novas ferramentas para autorizar reembolsos extras diretamente na plataforma. Já para os turistas, a empresa está oferecendo filtros de pesquisa que mostram a política de cancelamento mais adequada para cada perfil de viajante (flexível, moderada ou severa). 

Já a Booking.com informou em nota ao G1 que está oferecendo cancelamento gratuito ou modificação da reserva para pessoas viajando para as áreas mais afetadas. “Estamos monitorando de perto os acontecimentos, inclusive os anúncios da Organização Mundial da Saúde (OMS), dos governos e das autoridades locais relevantes, a fim de e apoiar as partes impactadas”, explicou. 

Em comunicado específico sobre o novo coronavírus, o Grupo Expedia menciona a possibilidade de alterar ou cancelar as viagens planejadas por meio da plataforma. A empresa não esclarece, no entanto, as condições para viajantes ou proprietários efetuarem a modificação. 

Leia também: Turismo de bem-estar: como o seu negócio de temporada pode se beneficiar dele

Covid-19 e aluguel por temporada: considerações finais

Nos próximos dias e meses, as pessoas inevitavelmente vão deixar de viajar. Afinal, nunca uma pandemia foi tão midiatizada, o que pode assustar muita gente. 

No entanto, isso não quer dizer que os turistas perderam o interesse pelas viagens. É provável que eles só queiram adiá-las para um momento mais estável do surto do vírus.

Por esse motivo, pode ser estratégico você rever a sua política de cancelamento, principalmente no seu site próprio para aluguel de temporada. Oferecer cancelamento gratuito em um contexto como o atual pode reforçar o seu branding como alguém ou uma empresa sensíveis à pandemia. Isso pode ser admirado por muitos turistas, que certamente voltariam a reservar os seus espaços. 

Leia este artigo para conhecer boas práticas para gerir tarifas reembolsáveis

Outra possibilidade é oferecer aos visitantes a remarcação da estadia para o próximo semestre ou para o ano que vem. Após pouco mais de três meses, a China finalmente ultrapassou o surto de coronavírus. Independentemente se você incentivar a remarcação ou aceitar o cancelamento, sugerimos que dê atenção especial às reservas feitas por idosos no aluguel de temporada, já que esse é o principal grupo de risco da Covid-19. 

Você pode estimar uma nova data a partir desse exemplo, ainda que seja uma manobra arriscada. De qualquer forma, os turistas vão continuar desejando conhecer a sua cidade e o seu espaço. É bastante provável que eles não troquem esse investimento por um show, por exemplo, porque o momento atual pede que as pessoas fiquem em casa. 

Mesmo que este ainda seja um momento de incerteza, as eventuais perdas financeiras durante uma pandemia podem ser minimizadas. Você pode fazer uma análise tarifária para avaliar se tem condições de baixar o valor da reserva ou fazer uma promoção para incentivar as viagens, quando elas forem consideradas seguras novamente. Outro caminho consiste em anunciar em mais sites de aluguel por temporada.

Nós também recomendamos que você aproveite o momento para organizar e estruturar o seu negócio de temporada. Durante a crise do coronavírus, quando você possivelmente terá menos ou nenhum hóspede, pode ser extremamente estratégico planejar o crescimento da sua empresa. Use o tempo livre a seu favor e marque uma consultoria gratuita conosco para projetar os próximos passos.

Leve em consideração todas as informações que destacamos neste artigo, além de outros dados disponibilizados por órgãos oficiais. Dê preferência aos canais da OMS e do Ministério da Saúde, por exemplo. Tenha cuidado com as fake news em um momento de crise como este. 

Cuide, em primeiro lugar, da sua saúde e de todas as pessoas ao seu redor. Caso receba algum hóspede durante o surto de coronavírus, certifique-se de cuidar muito bem da limpeza e desinfecção do espaço para prevenir uma eventual propagação da doença. Não faça contato presencial se alguém estiver apresentando os sintomas da Covid-19, como tosse e febre, e aposte no self check-in.

Conte conosco se tiver alguma dúvida ou sugestão sobre os efeitos do coronavírus no aluguel por temporada. Use o espaço abaixo para deixar o seu recado. Fiquem seguros!

David Cavalcanti

Sales Manager na Stays, David é pós graduado em Marketing, formado em Publicidade e Propaganda e especialista em aluguel de temporada. Com mais de 11 anos no mercado de aluguel de temporada, possui muita vivência e experiência profissional nas áreas de vendas, comercial, marketing, e gestão de equipes.

4 comentários em “Tudo o que anfitriões precisam saber sobre coronavírus e aluguel de temporada

  1. André Rodrigues André Rodrigues

    existe alguma clausula contratual sobre o covid em caso de cancelamento que possa ser aderida ao contrato de locação por temporada , posso por exemplo colocar que caso durante a estadia o cliente manifeste sintomas do covid sera permitido a devolução do imovel , nçao sera feito restituição em valores , mas sera PERMITIDO remarcar nova data ; pergunto isso pq um cliente me perguntou caso durante a estadia ele comprove estar com covid se farei a devolução total do valor pago pelo periodo locado

    1. David Cavalcanti David Cavalcanti

      Olá, André! Perdão pela demora. Toda questão de cancelamento, verificar com o canal. Juridicamente não existe forma.

  2. André Pereira da Silva André Pereira da Silva

    Só faltou lembrar aos proprietários locadores que a locação de temporada é regulada pela lei do inquilinato (lei 8.245/91), e não pelo Código do Consumidor. Apenas as OTAs, agências de viagens e demais fornecedores de serviços estão obrigados a cumprir o Código do Consumidor, não os locadores de imóveis…
    Quanto às recomendações destes prestadores de serviços (para os proprietários locadores de imóveis darem descontos e baixarem os preços das suas locações…), bem, a gente ouve isso o ano inteiro, independente de corona-vírus…

    1. David Cavalcanti David Cavalcanti

      Obrigado pelo retorno, Andre!

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